Radiohead não cria álbuns. Cria universos, atmosferas. Seu nível de identificação ou engajamento com tal viagem determinará o grau da satisfação da audição.
The King of Limbs não é um álbum de aceitação rápida numa audição menos atenta. O ritmo em geral é lento, as guitarras são raras... Porém, os fãs não se decepcionarão! Muitos dos elementos básicos do catálogo da banda estão lá! O falsete em notas longas e muito reverb de Thom Yorke, os efeitos recorrentes e minimalistas em pianos, teclados, sopros e sintetizadores, influências do jazz...
Do loop de Bloom, passando pela sufocadora Codex e pela genial sinfonia de vozes de Give Up The Ghost, The King of Limbs convida a um extâse reflexivo, mas ao mesmo tempo, tenso. Um labirinto de sons e efeitos que se espera da banda! Quando parece ser impossível de sair do transe, a faixa mais "acessível", Separator, faz lembrar que existe um mundo aqui fora! Tão ou mais caótico, tenso ou melancólico do que o do álbum, mas nunca tão inspirado e recompensador!
Uma obra-prima!