04 maio 2011

The Lonely Forest: Arrows [2011]


The Lonely Forest entrega em seu terceiro trabalho uma coleção muito homogênea e competente de um rock alternativo com uma levíssima pitada pop. O disco de estreia da banda, Nuclear Winter de 2007, tratava da degradação do planeta vista do espaço. Seu segundo trabalho, We Sing the Body Electric! de 2009, evidenciava os problemas do vocalista, guitarrista e tecladista, John Van Deusen, com drogas e depressão. Desta vez, o quarteto do estado de Washington está mais descontraído em sua proposta.

Começamos super suaves com Be Everything, uma belíssima balada acústica, com violão, piano e cordas que no disco de muitas bandas estaria colocada entre outras faixas para chamar atenção e seria trabalhada à exaustão. Mas para o The Lonely Forest o estoque de boas melodias e canções, como perceberemos ao longo do álbum, está repleto. Eles podem se dar ao luxo de descartar de imediato essa bela composição e seguir para a sonoridade que permeará o resto de Arrows. Turn Off the Song And Go Outside, apesar do nome contraditório para o sucesso de uma banda, demonstra bem do que são capazes: boa levada, bem produzida, planejada e executada com todos os elementos para ganhar facilmente as rádios, não como objetivo principal, mas naturalmente pela qualidade e acessibilidade. Cheia de referências e reminiscências de outras bandas, mas sempre muito bem mescladas, como veremos pelo menos em umas outras dez músicas deste disco.
(I Am) The Love Skeptic e (I Am) The Love Addict são duas faces da mesma moeda filosófica. A primeira tem uma mensagem meio cínica com uma pegada pop/rock bem na escola do R.E.M.; a segunda é carregada pelos padrões de bateria, com progressão harmônica simples, mas que aliada às dinâmicas da faixa a tornam uma das melhores do álbum! Musiquinha viciante!

Coyote e I Don’t Want To Live There tem o mesmo nível de competência melódica e de composição, não tem destaques específicos, apesar de serem mais duas músicas excelentes. Tunnels dá mais um gás no álbum, inicia com tecladinho em eco modesto e vocal manso, mas após a entrada breve da banda e do vocal mais solto, para novamente mudar para um clima lento, e novamente com peso, traz mais mudanças de dinâmica que ajudam na avaliação geral do disco. Two Notes And a Beat brinca com U2 e The Cure, apesar de mais uma vez conseguir soar novo e agradável.

End It Now!, a melhor de todas, já valeria só pela seção final! Os momentos instrumentais, culminando com Deusen berrando, me surpreenderam. Após mais de meia hora de vocais relativamente tranqüilos, ouvi-lo gritar na conclusão foi como uma lufada de ar fresco após abrir a janela. Ganharam pontos por mostrar essa atitude! Após isso, mais três faixas encerrando os 50 minutos de audição. Não vou destacá-las para não parecer chato, mas uma das coisas que me encantaram neste disco é que quando uma faixa começava e parecia normalzinha ou sem atrativos, o Lonely Forest sempre vinha com alguma solução para erguê-la, podendo ser um arranjo vocal ou instrumental, uma melodia, uma mudança de dinâmica...

Raro ouvir um álbum com tamanha homogeneidade e competência. Treze faixas excelentes, muito bem acabadas de uma das bandas que tem tudo para fazer muito barulho em um futuro próximo.

NOTA DO LUKITA:

Ouça a faixa Turn Off The Song and Go Outside:


Ouça a faixa Tunels:


Ouça a faixa End It Now!:


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