Apesar da fúria contida e da quase total ausência de longas peças, Hardcore Will Never Die, But You Will, sétimo álbum da banda, mostra um Mogwai magnífico, calculado, sim, mas não o resultado frio de uma equação musical. É reflexivo, quase melancólico, sabendo variar os tempos e climas ao longo do disco. Uma trilha sonora que leva o ouvinte a diversos cenários distintos. Experimente ouvir algumas das faixas no meio de um engarrafemento ou parado em uma das ruas movimentadas de sua cidade, como eu mesmo fiz (!) no melhor estilo Koyaanisqatsi. O caos urbano parece se tornar um vídeo clipe real das notas de Mogwai! Ou, radicalmente, mude o cenário e ouça sozinho em casa às mesmas faixas e, pasmém, funcionam!
Essa mudança de atitude ou velocidade da banda é fruto de um processo de maturação natural ao longo dos quatorze anos de um grupo que envelheceu junto. Se você passou dos trinta anos, assim como os integrantes do Mogwai, sabe do que estou falando. Não necessariamente mudamos nossos conceitos, apenas os vemos de maneira mais ponderada, refletimos melhor as nuances de cada situação, o que não impede nossos momentos de vigor em que queremos e precisamos levantar a voz e dizer ao mundo o que somos.
Tudo isto vale para a sonoridade de Hardcore Will Never Die, But You Will. É uma reflexão sonora da vida ao amadurecer, um processo evolutivo do Mogwai concomitante ao do ser humano. É uma trilha sonora da vida! Pena que, como mesmo apregoa o título do álbum, você vá morrer um dia!
NOTA DO LUKITA:
Ouça a faixa Mexican Grand Prix :
Ouça a faixa San Pedro:
Ouça a faixa How To Be A Werewolf:
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