Com mais de trinta anos de carreira, os californianos do Social Distortion finalmente lançam mais um álbum, após um intervalo de sete anos. Valeu a pena a espera com Hard Times, Nursery Rhimes?
Sem rodeios, digo que sim, apesar de, com certeza, decepcionar muitos fãs tradicionais, naquele velho desejo de alguns de ficarem esperando sempre o mesmo disco de um artista! Este lançamento mostra muito do que a banda produziu até hoje, apesar da pegada bem menos punk do resultado final. Mas falando em punk, a instrumental Road Zombie abre forte o disco, indicando que lá vem o Social D novamente! Porém, o clima muda já na segunda faixa com a ótima California que parece ter saído de Exile On Main St. dos Stones. Gimme the Sweet and Lowdown soa como o punk moderninho do Green Day, mas é bem agradável. O clima muda pela quarta vez em quatro faixas, na excelente e melhor faixa do disco, Diamond In a Rough, um country rock digno do Drive-By Truckers. Pronto para mudar novamente? Machine Gun Blues é um blues-rock no clima Guns’n’Roses. Merece destaque ainda o divertido de cover de Alone and Forsaken de Hank Williams.
Mas nem tudo são flores. Bakersfield, com seus seis minutos, é um pouco além de competente, infelizmente, um tanto genérica, carecendo de algumas boas idéias, quesito fundamental para manter uma faixa de tal duração! Writing On the Wall e Can’t Take With You, são duas faixas relativamente inexpressivas que, apesar da boa execução, pouco acrescentam e, como estão em sequência, fazem o desfavor de esfriar o disco por dez minutos seguidos numa pobre escolha de ordem das faixas. Still Alive encerra o álbum com um título que descreve bem o sentimento de seu líder e único sobrevivente da formação original, Mike Ness, que depois de lutas pessoais e com as drogas, ainda consegue reerguer o Social Distortion.
Você não espera que alguém volte exatamente o mesmo após sete anos, espera? O Social Distortion apresentou um álbum que oscila pelo country, rock’n’roll, punk e que, apesar da falta de novidades, mostra a competência de Ness ao entregar um trabalho bem acabado, bem escrito, apesar dos temas mais leves do que seu costume, e, principalmente, de audição agradável.
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